O Ponto de Ônibus

Blog dedicado à análise de um tema em 60 segundos. Opiniões e Reflexões proferidos por perspectivas diferentes. O Xereta em Guarulhos (São Paulo) e ... em Recife (Pernambuco). Esse blog é como uma conversa num ponto de ônibus. Um comentário breve proferido por alguém que pode mudar seu dia. Agora com licença, pois meu ponto é o próximo!

quinta-feira, setembro 21, 2006

O que é Educação?

Segundo a Constituição Brasileira a Educação é um dever do estado e da famíla (produto da perfeitamente comercializável da iniciativa privada) e direito de todos. Segundo o dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira é (em resumo):
  1. Ato ou efeito de educar(-se);
  2. O cabedal científico e os métodos empregados na obtenção de tais resultados; e,
  3. Conhecimento e prática dos usos da sociedade.

Conhecemos desde pequenos que quando a campainha tocava deixávamos de pensar, por exemplo, em português para pensar em matemática. Ao próximo sinal, deixávamos de pensar em matemática para pensar em história. E assim com as demais disciplinas de caratér comum nacional e as demais disciplina: Língua Estrangeira, por exemplo.
Já diria Rubem Alves, autor de "Fomos maus alunos" em parceria com Gilberto Dimenstein, que quem inventou a Grade Curricular foi um carcereiro.
Já que citamos Rubem Alves, sua proposta para a Educação é bem interessante. Ele acredita que a instituição escolar não deveria ter esse caráter formal, como a base comum nacional. Essa base comum é uma proposta interessante, pois permite a todos o mesmo conhecimento, mas é totalmente dependente do profissional específico de cada uma delas em seu desenvolvimento. E o que interessará para um futuro profissional de Educação Física saber sobre genes dominantes e recessivos? Ou a fórmula de Bháskara? Esse autor defende a "regionalidade" de um currículo escolar. Uma série de conteúdos que as crianças utilizem em seu dia-a-dia, que as auxilie a ganhar tempo para desenvolvê-los enquanto criança e não somente no ensino técnico ou no ensino superior.
O ser humano já desenvolveu conhecimento demais para que todos saibam de tudo já desenvolvido para depois trabalhar com o conhecimento contemporâneo. Essa proposta abrange o conhecimento regional para, futuramente, ensinar-se o específico.
Na Escola da Ponte, em Portugal (uma proposta de escola sem professores, avaliações, nota, entre outros fatores coercitivos e muito chatos), os alunos desenvolvem um tema de interesse comum. Se eles querem aprender português, um professor lhe propõe uma linha de raciocínio e lhes dá um prazo para pesquisarem o tema. Depois esse tema é discutido e ao final de um período, o conhecimento dos alunos é testado mediante a uma avaliação qualitativa (não quantitativa). Se o aluno se sente apto a continuar, ele prossegue com outros estudos, caso não, retoma a pesquisa.
Se a educação no Brasil não fosse vista como um "produto", ela poderia ser como a Escola da Ponte, uma escola sem preocupações com a quantidade (pois todo o conhecimento do ser humano já está arquivado e documentado, basta ser consultado), e sim com a quailidade, com a real formação do indivíduo por trás da práxis.
Como expressa o projeto da Escola da Ponte: "Cada ser humano é único e irrepetível, a experiência de escolarização e o trajecto de desenvolvimento de cada aluno são também únicos e irrepetíveis."

Para aqueles que se sentirem interessados, aqui está o site da Escola e seu Projeto (clique no nome para abrir a página virtual ou o .pdf).


3 Comments:

  • At 8:42 AM, Blogger Mais um... said…

    Ah psyduck, vide meu último post.

     
  • At 5:23 PM, Blogger Lírios e Cactos said…

    Eu acho que foi até você que tocou nesse assunto comigo, o ensino escolar está o mesmo há séculos, e eu até esse post não havia visto ninguém que tivesse tido a ousadia de criar um método novo. Afinal, estamos evoluidos (ou não!!), mas enfim com mentes, conhecimentos e preocupações muito diferentes de quando foi fundado esse método de ensino. Acho que já passou da hora de mudar os métodos, pois dessa forma não evoluimos, não aprendemos a pensar, aprendemos copiar tudo que já foi dito.

     
  • At 2:15 PM, Anonymous Anônimo said…

    O primeiro passo, no caso de um método educacional "evoluído", é sempre o mais difícil. Quem vai ser o primeiro?

    Quando meu professor questionava (em raras ocasiões): -sobre o que querem discutir hoje? O que gostariam de aprender?

    -... (silêncio sepulcral)

    Neste momento sempre estávamos pensando em ir embora mais cedo, ou ficar batendo papo um com o outro enquanto o professor ficava quietinho na mesa dele.

    Numa sociedade onde estamos erradicando o analfabetismo, a pessoa lê, escreve, interpreta, e não entende.

    Enquanto não erradicarmos os "audiobetismo", nunca existirá a iniciativa do aluno em aprender, pois ele ouve, mas não entende. Pior: entende errado.

    Uma pena, a educação atual forma pessoas com pouca capacidade de opiniar com coerência sobre um assunto qualquer.

    Enquanto ninguém dá o primeiro passo, o negócio é meter a cara no caderno e copiar tudo o que está escrito. E o governo ainda dá uma graninha pra incentivar os alunos carentes (os maiores interessados) a se tornarem cidadãos, e serem alguém na vida...

     

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